Por alguma razão, minha vida é uma concentração de situações embaraçosas.
E por alguma razão, achei justo dividir isso com vocês.
Sejam muito bem vindos!

sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Celular


E vamos nós de novo. É engraçado como tudo pode acontecer dentro de um shopping.

Dia 11 deste fatídico mês de Janeiro, precisei ir até lá. Não que eu precisasse fervorosamente andar pelas lojas, mas fui a uma agência de um determinado banco próximo ao Barra Shopping para fazer um depósito.

Neste dia, falei ao telefone com um amiga minha, Priscila. Na época trabalhando a meio caminho do shopping, Priscila me perguntou sobre a possibilidade de esperar por ela. Como nada ficou definido, nos falamos algumas centenas de vezes durante o dia. Por volta das 17hs eu já havia terminado tudo o que tinha que fazer, e se eu esperasse por minha amiga, teria que ficar ao menos duas horas perambulando pelas lojas.

Fui ao meu local favorito: a livraria. Neste caso, a FNAC estava mais próxima e foi lá mesmo que eu entrei. Pra que não conhece, aquilo é o paraíso dos amantes de livros. Prateleiras e mais prateleiras, alas, corredores, enfim.... Amo demais.

Nem preciso dizer que fiquei por ali por mais de uma hora. Vi algumas novidades, passei os olhos em alguns livros de teatro, informática, marketing, literatura brasileira e literatura estrangeira. Minhas mãos suavam de vontade de comprar um livro (quem conhece sabe que sou um pouco descontrolada em se falando de comprar livros). Por fim, decidi comprar um só, pra alegrar meu início de ano. Aos curiosos de plantão, o escolhido foi Museu de Verónique Roy. Me dirigi ao caixa, neste momento, falando com Priscila ao telefone.

Permita-me dizer, caro leitor que o celular em questão pertence à minha mãe. Um antigo LG prateado de flip que um dia foi meu.

Não havia fila, mas todos os caixas estavam ocupados. Na Fnac, o caixa se constitui de um único balcão, sem nenhuma divisória ou empecilho. E atrás desse balcão, os computadores e tudo o mais que eles precisam.

O caixa do meio foi liberado ao passo que eu desligava uma chamada. Ao meu lado direito, um homem efetuava o pagamento de alguma mercadoria e à minha esquerda, uma mulher revirava furiosamente a própria bolsa. Pelo que entendi, buscava documentos para fazer o cartão fidelidade da loja. Tanto faz. Cheguei ao balcão, repousei meu celular delicadamente sobre ele e fiz o mesmo com o livro.

Apoiei a bolsa para retirar minha carteira enquanto meu livro era registrado. O celular, que estava configurado para vibrar, tocou no exato momento.

- Alô.
- Oi... Gostaria de falar com a Vanessa.
- Não tem ninguém com esse nome aqui.
- Ah.... Desculpa....
- Imagina.

Nada que nunca tivesse acontecido. Mal fechei o flip do aparelho, o mesmo tocou novamente.

- Aaaalô.
- Oi. (silêncio) Queria falar com a Vanessa.
- Oi, querida. Você está ligando pra mesma pessoa. Não tem ninguém com esse nome aqui.
- Ah. Tem certeza?
- Tenho sim. (Que pergunta, oras). Você está ligando para o número certo? Esse aqui é 97xx-xxxx.
- Nããão. Eu tô ligando no 84xx-xxxx.

Fiquei um pouco perplexa, confesso.

- Então algo está muito errado. Os telefones não conferem. Você deve ter digitado algo errado.
- Mas eu estava falando com ela agora há pouco nesse telefone.
- Impossível. Uns 2 minutos atrás eu estava falando com uma ami........

Parei congelada. Meus olhos pararam no balcão onde estava o LG prata me fitando. Olhei para o celular na minha mão e constatei que apesar de ser muito parecido, ele NÃO ERA MEU! Olhei para os lados imaginando de onde ele tinha surgido e me deparei com a louca que brigava com a própria bolsa.

Com o dedo indicador, cutuquei o braço dela com delicadeza.

- Com licença.... Seu nome é Vanessa?
Ela me olhou desconfiada.
- É, sim.
- Telefone pra você - disse estendendo o telefone em sua direção.

Acreditem, ela parecia furiosa. Pude sentir o sangue subindo para a cabaça me fazendo corar e depois quase explodir de tão vermelha.

- Desculpa... Confundi os aparelhos.

O que eu podia fazer? Não foi por mal. Virei as costas, peguei o troco e o livro apressadamente, desejando sumir, ouvindo Vanessa esbravejar no telefone que alguma imbecil havia atendido por engano. Tratei de sair da loja, mas não sem antes quase derrubar o suporte de folhetos da entrada.

sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

Resoluções de Ano Novo

Na minha opinião, não tem nada mais estúpido do que as promessas que as pessoas teimam em fazer todo final de ano. E por mais estúpido que isso seja, todos nós acabamos pensando em alguma coisa que gostaríamos de fazer (ou deixar de fazer) no ano que se inicia.

Honestamente, eu não havia pensado em nada até noite passada. Após algumas horas tentando imaginar algo, me ocorreu a seguinte idéia: Em 2010 não quero mais pagar micos! Chega de situações embaraçosas.

Porém, ao pensar com mais cuidado, percebi que essa não é uma boa resolução de ano novo. Que graça teria minha vida se eu não pudesse dar umas boas risadas de mim mesma? Qual o objetivo em seguir o estereótipo "normal"?

No final das contas, não importa quão embaraçosas sejam as circunstâncias. Eu terei histórias para contar. E definitivamente, poderei rir destas histórias (não que elas sejam engraçadas no momento em que acontecem...).

Lá no fundo, não quero um ano novo sem esses "micos". Isso faz parte de quem Rachel Araujo verdadeiramente é. Quero sim, continuar galgando e conquistando o que comecei em 2009. Com ou sem tombos na rua, entalada ou não em um vestido, 2010 promete ser grande!

Então decido não fazer promessas vazias que provavelmente não vou cumprir. Vou perseguir sonhos e estabelecer metas. Esse é meu grande desafio para o novo ano. E isso eu vou fazer sem deixar de ser quem sou. :)

Feliz Ano Novo!

segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Vestido "do mal" !


Sábado, 26 de Dezembro.
Fui ao cinema no UCI NY. Enquanto aguardava o horário do filme, fui dar uma volta pelo shopping.
Definitivamente não foi das minhas melhores idéias. Quero dizer, ir ao shopping um dia após o natal, quando várias pessoas estão trocando as roupas que não couberam e ainda por cima, em um final de semana? Não... Não foi das minhas melhores idéias.

De qualquer maneira, eu queria comprar um vestido. Não, eu não acho que todos TEM QUE usar roupa nova no Ano Novo. Mas eu queria muito usar um vestido simples e eu preciso comprar um.
Entrei em várias lojas, vi vários vestidos, experimentei alguns.

A última loja que visitei foi a Leader Magazine, próximo ao cinema. No meio de vários pedaços de pano estranhamente costurados que alguns chamam de roupa, encontrei algumas peças bem meiguinhas. Vestidos simples, bonitos com estampas interessantes. Juntei uns 6. E me dirigi ao provador.
Nesse mesmo lugar, algo um tanto embaraçoso aconteceu ano passado. Mas não é uma história longa e eu prefiro deixá-la para um outro post.

Peguei aquela plaquinha com o número e entrei no provador. Lado esquerdo, masculino; direito, feminino. Do lado direito, escolhi uma cabine no meio do corredor.
Primeiro vestido. Um pouco largo demais.... Me fez parecer um saco de batata. Mas se fosse menor, ia ficar estranho na altura do busto. Segundo vestido. Curto demais. Terceiro vestido, não tinha um caimento legal. Quarto, nem lembro mais (sinceramente). Mas o quinto...... Não tem como esquecer.

Passei o vestido pela cabeça e puxei para baixo. O vestido entrou normalmente. Me olhei de um lado, depois do outro. Conferi atrás. Por alguma razão, não gostei. Quando puxei o vestido para cima na intenção de tirá-lo..... Ele ficou preso.

Não me pergunte como. O vestido que entrou tão facilmente não queria sair nem por um decreto. Devo estar nervosa - pensei. Com alguma dificuldade, consegui subir aquela massa rosada para abaixo do meu braço - o que foi um enorme progresso, visto que o vestido maligno não queria sair da cintura. Mas dali pra cima... Tentei de várias maneiras. Eu me senti uma lacraia me mexendo pra tudo quanto é lado, tentando fazer o vestido sair. Não tinha nenhuma brecha, nenhuma possibilidade de passar um braço.

Tive vontade de chorar. Por favor, Deus, não me deixe passar esse vexame - comecei a dizer baixinho. Comecei a me desesperar com a imagem de uma das vendedoras entrando na cabine para desentalar o vestido. Sacudi a cabeça para fazer a imagem ir embora e comecei a vasculhar a minha bolsa. A única maneira de me livrar aquela "coisa" era... Cortando o vestido. 0.o

Mas, infelizmente, eu não tinha nada na minha bolsa que fosse suficientemente afiado para isso. Coloquei todas as tralhas de volta na bolsa, incluindo minha própria blusa, pra não confundir com o restante das roupas. Olhei para os lados em busca de alguma coisa e tornei a tentar tirar o vestido. Sem sucesso. Conferi meu celular. 10 minutos se passaram nessa angústia. Nessas horas, 10 minutos parecem horas a fio.
E me veio uma idéia genial. Na falta de algo para cortar o vestido, pensei em fazer isso com... Os dentes. Puxei o lado da costura e comecei a puxar na esperança do vestido ceder, mas nada aconteceu. Nem um tiquinho. Tentei de novo sem nenhum sucesso. A idéia não foi tão genial, afinal.

Comecei a me sacudir que nem uma salamandra - só que em pé - puxando o tenebroso e de alguma maneira milagrosa ela finalmente saiu. Após 15 minutos de tortura. Eu respirava feliz, como se eu tivesse saído de um cativeiro. Eu suava, mais de nervoso do que de calor. Vesti minha calça jeans e esperei um pouco. Eu precisava respirar. E parar de suar antes de vestir meu tomara-que-caia. Me dei o luxo de ficar lá por uns 3 minutos mais.

Depois, peguei minha bolsa, coloquei no ombro, abri a cortina da cabine e segui com a plaquinha e os vestidos nos cabides. Dei de cara com um rapaz, também saindo do outro lado do corredor. Ele arregalou os olhos e senti uma expressão divertida no seu rosto. Olhei pra trás para ter certeza se ele estava rindo de mim. Juro que pensei: "Será que ele sabe?".  Mas quando me deparei com minha imagem de costas no espelho do corredor, percebi o que era tão engraçado. No desespero, saí do provador somente com meu top preto. A blusa ainda estava dentro da minha bolsa.

Merda - pensei. Corri de volta para minha cabine, o rosto queimando de vergonha. Vesti a blusa e saí. Nem quis experimentar o sexto vestido. Só queria sair dali e me esconder. Ainda bem que o cinema é escurinho.